Descrente

Ela se diz descrente
Mas se apega ao pingente
Do espírito santo 
De sua corrente
Pendurada em seu peito
Entre meio os seus seios
Que anseiam tanto o meu querer

Ela escreve tão bem
Que bem que podia
Escrever melhor
Nossa história um dia
Com sua lasciva tinta
Desperdiçada em seu quarto
Pela concupiscência de suas mãos

Ela agora diz não
Mas o que diz o seu corpo
Que é a grande razão?
Pois quando lhe beijo
Estremece seu peito
Já sem proteção
No samba que faz o seu coração!

Ela se diz descrente.




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