Em tempos de presente!

Temos uma sacola cheia de "presentes", os quais já se passaram. 
Passam no mesmo instante em que um outro "presente" chega.
Há instantes que somem... Simplesmente desaparecem e não se sabe para onde
Outros insistem em ficar, rompem com a lógica do movimento mecânico do ponteiro.
Já posso ver o tempo dos nossos corpos e ainda afirmar que é distinto do tempo do mundo.
Esse tempo não finda com o sinal da escola, com o apito das fábricas ou com o despertador chato. 
O tempo dos nossos corpos é só nosso e produz uma vibração que vai além do ramerrão dos ponteiros das horas
Parece romper com a fastidiosa eternidade
Os corpos vibram em uma sintonia que perdura e ainda que não seja eterno deixa de ser efêmero.
O tempo dos nossos corpos é o presente que não se compra e muito menos se vende
O tempo dos nossos corpos não é marcado por hora, dia, mês ou ano
Mas sim por alegrias compartilhadas que se presentificam marcando um ao outro
O tempo brinca com a gente jogando uma hora para cá e outra para lá 
E fazemos dessa brincadeira a nossa arte de viver
Viver sem tempos mortos
Viver com tempo 
Tempo de amar 
Amar o tempo
Presentificar
Que perdura
E habita 
Em nós
Em
E;


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